É vez dos utilitários-esportivos?

A nova realidade do mercado automotivo brasileiro prova que, agora, os automóveis da categoria utilitários-esportivos estão em pleno crescimento. Para se ter uma ideia, eles já contribuíram com mais da metade das vendas de automóveis e vem alavancando as vendas. Por outro lado, os chamados carros de entrada estão sendo deixados de lado pelos próprios fabricantes.

O grande foco das montadoras deixou de ser a categoria dos hatchs, que abriga os modelos de entrada como subsegmento, e, hoje, os chamados SUVs são considerados prioridade máxima nos investimentos. Para muitos, o carro popular – na sua concepção que foi criado –, não existe mais há muito tempo e existe uma aposta entre as montadoras que a categoria de entrada pode desaparecer pois não há lançamentos previstos na faixa. Prova disso, é que no início de 2021, havia sete carros de entrada em produção, agora, são quatro e a previsão é de ainda mais baixa. A saída de alguns modelos de linha, como Ford Ka, Volkswagen Up! e Toyota Etios, endossa essa teoria de uma mudança na produção de carros no Brasil.

Há quem aponte que o segmento não será plenamente finalizado, apenas passará por uma mudança, com uma nova configuração, ofertando carros mais equipados e de maior conteúdo tecnológico. O chefe de estratégia da Bright Consulting, Paulo Cardamone, avalia o consumidor cada vez mais ligado em itens como conectividade, segurança e conforto, além de lembrar que a própria legislação brasileira obriga a introdução de equipamentos de segurança que acabam encarecendo o produto final. “Mas sempre haverá consumidores de faixa de renda menor querendo carros mais em conta”, pondera ele.

A nova realidade dos usados

Com o preço do carro de entrada longe da sua capacidade de compra, muitos consumidores estão adentrando cada vez mais no mercado de seminovos e usados. Em maio deste ano, a venda de usados e seminovos (com até três anos) superou em 56% a de igual período de 2020.